Acacia mangium

Acacia mangium

Acácia Mangium
Segue um resumo de informações obtidas em diversas fontes publicadas na internet: 
 
Tem origem no Nordeste da Austrália, Nova Guiné e na Indonésia. É uma árvore perenifólia de copa ovalada com folhagem densa, de tronco ereto, cinza-pardo, com casca pouco saliente e levemente sulcado longitudinalmente. Tem sementes brilhantes e estas apresentam dormência, o que representa uma dificuldade na produção de plantas jovens em viveiros e programas de reflorestamento. A acácia mangium é uma árvore da família das leguminosas (a mesma do feijão, por exemplo). Tem grande rapidez de crescimento na razão de 5 a 6m/ano e, principalmente, por ser uma espécie que repõe em grandes quantidades o nitrogênio, é de grande importância para reflorestamentos e reabilitação de solos tropicais. Devido a essa elevada capacidade de fertilização de solos, ela vem sendo intensamente utilizada na associação com o café, cacau, girassol e na recuperação de áreas degradadas até por mineradoras. Nesses casos, a acácia mangium é plantada e, logo depois de iniciar naturalmente a recuperação do solo, a floresta nativa volta a ocupar a área antes degradada. A partir daí, dependendo da agressividade na ocupação da área pela floresta nativa, a acácia mangium segue seu ciclo de vida curto e morre aproximadamente após completar 40 anos, tendo nesse período, colaborado indubitavelmente na inversão da relação de perda da biodiversidade local nas atividades exploratórias desenvolvidas pelo ser humano. Adapta-se aos solos ácidos, compactados, de baixa fertilidade ou degradados, sem utilização de calcário e com baixa drenagem. É uma espécie com potencial para cultivo nas zonas baixas e úmidas. Cresce em solos com teor de fósforo muito baixo e adapta-se mal a solos calcários. A área de distribuição desta espécie corresponde à zona de clima tropical úmido, preferindo lugares com chuva abundante. A altíssima taxa de rusticidade dessa árvore altera positivamente a relação de perda em reflorestamentos em casos de alteração climática, como estiagens não previstas em estações de chuva, além do baixo registro de pragas ao longo do período em que a floresta é mantida pelo reflorestador. Deve-se evitar machucados por podas mal realizadas assim como retirar os galhos mortos, evitando seus principais agressores, os fungos que geram a podridão-do-lenho ou cerne, podendo, em alta incidência, comprometer a exploração comercial da madeira para fins de movelaria e construção. Porém, com pouca ou nenhuma importância para a produção de celulose.

Essa árvore, tão largamente utilizada na Ásia, Oceania e África tem histórico pouco conhecido no Brasil e, por isso, o mercado madeireiro interno ainda é incipiente. Porém, no mercado externo, a aceitação da madeira  é larga e amplamente utilizada de diversas formas seja pela aparência clara, pela boa maleabilidade e alta qualidade.

A Madeira
A madeira da acácia mangium apresenta densidade básica que varia de 420 a 500 kg/m³, considerada dura, de cerne marrom-claro e alburno creme-claro, podendo ser facilmente serrada, aplainada, polida, colada, pregada e receber tratamento preservativo como o CCA para aumentar sua durabilidade em contato com o solo.

 

 
A qualidade de sua madeira foi comparada à da Teca (Tectona grandis), apresentando excelente aceitação no mercado de exportação e alcançando preços iguais, a exemplo dos plantios feitos na região de Ramanathapuram, na Índia.
 
Aproveitamento

Da casca à folha, tudo pode ser utilizado:

Casca: alto teor de tanino;

Cerne: madeira para indústria moveleira, construção civil, barcos, etc.;

Folhas: ração animal com 41% de proteína;

Espaço entre linhas: consórcio com café, cacau, girassol, etc.;
 
 
 
 
Consórcio com Apicultura
A acácia mangium (ao contrário das espécies que produzem floradas em épocas específicas, e por isso mesmo tem picos de produção de 02 a 03 meses somente, obrigando o apicultor a migrar seu apiário ou a manter flores todo o tempo para alimentar seus enxames) produz um néctar a partir de 5 meses do plantio, oferecendo às abelhas alimento constante por toda a sua vida e em larga escala. A acácia mangium possui macro nectários extra-florais em suas folhas, mantendo assim, a  produção do apiário constantemente uniforme, culminando com a época da floração, onde suas flores produzem um pólen altamente nutritivo, contendo teores de proteína superiores a maioria das espécies destinadas e este fim. Alguns apiários em florestas de acácia mangium tem registrado produção superior a 240kg de mel/ano. O mel produzido, escuro e menos doce que os demais é bastante apreciado no mercado externo.
 
    
Outras oportunidades
A espécie é recomendada para fins paisagísticos devido apresentar copa densa e elegante e adequada para arborização urbana e rural. A árvore vem sendo usada com muito sucesso na arborização das ruas de Manila (Filipinas) e de Bankok (Tailândia), para a remoção de poluentes atmosféricos como o enxofre e o chumbo presente nos gases provenientes dos escapamentos dos veículos. Na Malásia e Tailândia, ela é empregada na arborização de sítios, parques, rodovias e ferrovias, para embelezamento e proteção contra erosões diversas. Apresenta também grande potencial de uso em programas de reflorestamento e recuperação de áreas com solos pobres ou degradados, tais como as áreas de encostas e de mineração. A espécie também pode ser utilizada como quebra-ventos e para sombreamento. Vários projetos de reflorestamentos empregando a acácia mangium têm sido estabelecidos no mundo para comércio do seqüestro de carbono na Bolsa Climática de Chicago. Estudos realizados no Vietnã mostraram que a acácia mangium foi capaz de fixar maior quantidade de carbono atmosférico por hectare do que os eucaliptos testados, representando a possibilidade de ganhos adicionais por hectare reflorestado.
 
Ao produtor interessado, deve ser levado em conta que a Acácia, assim como todas as demais espécies exóticas, deve ser pensada dentro de um projeto responsável, de forma a não apresentar ameaça às espécies brasileiras. Consulte o agrônomo de sua região.